Essa é a semana do RPG nas terras tupiniquins, e que semana melhor pra acontecer o que eu já dava como impossível: o retorno ao RPG.
Como todo mundo aqui do MG, eu tive uma adolescência regada a partidas de RPG. Desde que comecei, no longínquo 1995 com a boa e velha caixa do primeiro D&D que um camarada do prédio onde eu morava tinha, eu praticamente não parei de jogar ate quase a idade adulta. Foram vários sistemas, vários cenários, vários grupos diferentes e varias e varias sessões de jogo. De Player eu passei a Mestre, de sistemas “prontos” eu passei ao meu próprio sistema criado e desenvolvido por mim que nunca viu a luz do dia a não ser nas mesas que eu mestrava, da fantasia medieval clássica de D&D eu passei ao horror de Vampire, aos cenários de super heróis e animes de 3D&T, e no “fim da minha carreira” eu estava mestrando (e adorando) uma campanha de Trevas.
Mas ai adolescência acabou e com ela acabaram os infinitos tempos livres que a gente tinha pra se dedicar com afinco aos hobbies da época. Universidade, trabalho, e todas as outras obrigações da vida adulta que a sociedade e a gente próprio se impõe, acabam sobrepujando a vontade e impossibilitando a disponibilidade de juntar uma galera pra jogar um RPG.
Claro que eu conheço um monte de gente que ainda faz o impossível e consegue levar uma campanha periódica, ou um ritmo de sessões invejável, mas não é sobre isso que eu quero falar. O papo aqui é retomar o ritmo, voltar ao RPG depois de muitos anos.
Pois bem, aconteceu o inacreditável! Como num sucesso decisivo na rolagem de sorte, uma galera conhecida se reuniu numa noite pra uma sessão de um board game regada a Ruffles e cerveja e o papo RPG acabou surgindo do nada. O pessoal se animou, tinha um cara já veterano que já havia jogado bastante, os novatos botaram pilha e adivinha só o que faltava? Um Mestre. E adivinha só quem calhou de estar ali de bobeira tomando uma cerveja? EU!
Vou confessar que não levei muita fé quando o pessoal começou a botar pilha pra fazer uma sessão de teste e ver se os novatos iam gostar.
Com o passar das semanas (sim, semanas. Lembrem-se: o papo aqui era sobre não ter tempo pra jogar) os preparativos pra sessão começaram e foi divertido notar o como certas coisas a gente não perde. Montar uma historia, preparar NPCs, pensar sobre os inimigos, desenhar uma dungeon; tudo isso foi fluindo de novo de qualquer recanto da minha memoria e novas praticas foram se misturando as velhas habitudes. Foi a primeira vez que quis preparar uma trilha sonora pra sessão, com musicas especificas pra cada lugar que os personagens fossem passar, ideia que eu roubei na cara dura do Antonio, nosso Nerd Velho, que tocava Rhapsody of Fire quando rolava combate nas sessões de D&D dele.
A experiencia de retomar a criação de uma aventura de RPG foi fantástica em todos os seus momentos, mas já no final começa a bater aquela angustia: e sera que o grupo vai vingar? Afinal, são novatos em sua maioria, nunca viram RPG na vida e pode muito bem que essa seja a primeira e ultima sessão, e eu já não jogo ha muito tempo, quem dirá mestrar, será que saberei apresentar esse fantástico mundo à essas pessoas?
Depois da primeira sessão jogada eu posso dizer que valeu a pena. Todo mundo se divertiu e os novatos resolveram cair de cabeça nesse novo mundo que se abriu pra eles e já estão super empolgados pras próximas aventuras.
No final das contas o RPG não tem idade nem tempo certo pra se jogar, seja você novato ou veterano, jovem ou um velho carcomida como eu…..
…palavra de um Dungeon Master ex-aposentado!
Parabéns pelo post!
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