Mundo Guerreiro! Acabei de “zerar” o novo jogo exclusivo do PS4 – Marvel’s Spider Man – e meus amigos e amigas, estou enxugando as lágrimas aqui, apesar da cena pós créditos ter me provocado boas risadas. Um jogo emocionante (principalmente as últimas missões da campanha principal) que estabelece sem dúvida um reinicio para a franquia do amigo da vizinhança que dificilmente será esquecido pelos fãs do personagem.

Vamos a uma análise rápida: simplesmente como game, ele não é revolucionário. Sua mecânica é baseada em jogos de sucesso como Infamous (do PS4) e a trilogia Arkham do Batman. Isso não chega a ser um defeito, já que a familiaridade vai permitir aos gamers dominarem a jogabilidade mais facilmente. Os gráficos estão muito bonitos mas também não impressionam quem já se acostumou a outros títulos dessa geração de consoles. Músicas e efeitos sonoros estão apenas competentes, não empolgando os jogadores nos momentos mais tensos, porém tão pouco os irritando.

Quanto a narrativa, esse jogo encontra seu ponto mais alto. Como numa Graphic Novel, encontramos uma das obras definitivas sobre o universo do personagem e de vários dos seus momentos mais clássicos. Sei o quão redundante e cliché seria dizer que o jogador se sente como o homem aranha nesse game e por isso vou apenas dizer que apesar da jogabilidade ajudar nesse aspecto, é através da história e de algumas das suas side quests que somos jogados realmente no universo do herói aracnídeo.

Algumas mudanças quanto a cronologia conhecida dos quadrinhos da Marvel em seu universo regular (Marvel 616), provavelmente não vão incomodar a maioria dos fãs do personagem que o acompanham desde a década de 70 e 80. O sistema de colecionar items, como as antigas mochilas do herói, escondidas por toda cidade, trazem vários easter eggs que vão ser reconhecidos automaticamente pelos nerds old school do Aranha. Cumprindo diversas missões, se torna possível desbloquear vários uniformes, entre eles alguns clássicos que provavelmente já foram esquecidos. Personagens secundários como Tia May e Mary Jane ocupam espaços diferentes no dia-a-dia deste game, porém mantém suas importâncias como nos quadrinhos.

Outro grande destaque está na relação da identidade secreta do herói, Peter Parker, com outros aliados e inimigos clássicos. Toda a dualidade e complicações desse tipo de vida estão lá, seja na sua vida pessoal, profissional ou heróica. Nova York e vários dos seus pontos mais famosos, tanto os reais quanto os que foram desenvolvidos nas HQs também marcam presença e atuam como uma peça importante na história.

O que mais me marcou no jogo foi o espetacular trabalho desenvolvido para contar que, mesmo possuindo poderes, Peter Parker é aquele cara de fácil identificação com o público:  sofre para pagar suas contas (aluguel sempre atrasado), não consegue entender os motivos da namorada ter terminado com ele, e possui um desejo sincero de ajudar o próximo mesmo sabendo que o peso pode estar além das suas capacidades de suportar. O espírito do que é realmente ser um herói está tanto nos quadrinhos (principalmente os mais antigos) quanto agora nesse jogo.

Há tempos eu não me emocionava com um herói dos quadrinhos. Com grandes poderes trazendo grandes responsabilidades, a equipe da Insomniac Games parece realmente compreender isso. Meus parabéns pelo carinho e respeito que demonstraram com esse jogo, princialmente nos detalhes que os fãs mais antigos do personagem poderão encontrar nas divertidas horas que passarão se balançando pelos prédios de Nova York.