Há exatos 52 anos a USS Enterprise (NCC-1701) alçava voo pela primeira vez nas telas da NBC dando origem a uma das maiores franquias de ficção científica de todos os tempos batendo todos os records de spin offs, sendo produzidos outras seis séries de televisão e quinze filmes, e ainda contando.
“Espaço. A Fronteira Final. Essas são as viagens da Nave Estelar Enterprise, em sua missão de cinco anos, para explorar novos mundos; pesquisar novas formas de vida e novas civilizações. Audaciosamente indo onde nenhum homem jamais esteve.“
Assim em 8 de setembro de 1966, sob a narrativa de William Shatner começou o primeiro episódio de Star Trek. Nascida para ser um faroeste espacial, Star Trek uniu elementos que serviu de base criativa para o seu autor Gene Roddenberry como As Viagens de Gulliver de onde pretendia extrair todo o seu conceito moral.
Além disso algumas outras das influências de Roddenberry foram os contos de A. E. van Vogt sobre a nave estelar Space Beagle, a série Marathon de Eric Frank Russell e o filme Forbidden Planet (1956). Outras pessoas viram paralelos com as séries Rocky Jones, Space Ranger, uma série menos sofisticada que inclui muitos elementos; como a organização, missões, relações da tripulação, desenho da ponte e até tecnologia que foram partes de Star Trek. Roddenberry também se inspirou nos livros de Horatio Hornblower, escritos por C. S. Forrester, sobre um capitão de navio que exerce autoridade em missões distantes de propósito nobre. Roddenberry frequentemente dizia, de forma bem humorada, que James T. Kirk era o “Horatio Hornblower do espaço“.
Mas nem tudo na trajetória da série foi um “mar de rosas”, o seu conceito original foi mudado de velho oeste para uma série espacial, o seu piloto The Cage foi recusado pela CBS forçando assim a produção de um novo piloto, “Where No Man Has Gone Before” e ficando na obscuridade até 1988, mas tendo o seu material aproveitado no episódio “The Menagerie” que fechou a primeira temporada da série em dois episódios.
“O programa, de acordo com as 6.000 cartas que chegavam por semana (mais do que qualquer outro na televisão), é assistido por cientistas, curadores de museus, psiquiatras, doutores e professores de universidade. O Instituto Smithsoniano pediu uma cópia do programa para seus arquivos, o único programa a receber tal honra.” – Scott, Vernon (7 de fevereiro de 1968). The Press-Courier
Desde o seu lançamento os índices Nielsen Ratings foram baixos e a cada temporada a sua renovação ou foi pela insistência dos produtores ou dos fãs, mas não se pode dizer que o seu cancelamento foi de certa forma antecipado, na proposta dos produtores da série a viagem de 5 anos da USS Enterprise seria uma aposta de 3 anos de programação, no entanto o Capitão James T. Kirk nos deixou acostumados a acompanhar o seu diário de bordo a cada episódio.
“Grande parte das cartas vinha de doutores, cientistas, professores e outros tipos de profissionais, e eram na maior parte letrados – e escritos em papel de escritório. E se há algo que uma emissora quer mais do que índices Nielsen altos é o prestígio de um programa que apela para audiências de classes média e alta.” – Lowry, Cynthia (8 de abril de 1968) Tri City Herald
Star Trek nunca se perdeu no conceito, esteve sempre a frente do seu tempo, assim como pensava o seu criador. Foi uma das únicas, ou a única série a fazer um reboot de forma condizente e que agradasse ao público, reescrevendo o seu passado, mas sem mudá-lo ou extirpá-lo, unindo as produções televisivas e animações com as cinematográficas. Os episódios fan made produzidos de forma independente receberam autorização da CBS e se mantém dentro do arco histórico da série por seguirem os roteiros originais idealizados para o canal.
“Desde aquele dia negro em 1969 quando a NBC desceu o martelo da programação em Star Trek, provavelmente não houve um período de 24 horas quando o programa original, um dos episódios originais, não estivesse indo ao ar em algum lugar.” – Chicago Tribune, 1987

Vida Longa e Próspera!
Para todos os fãs da série e do gênero sci fi, o dia 8 de setembro é um marco não só pela estréia de seu primeiro episódio, mas um alerta de que nem toda produção deveria ser ‘popular’ se nivelando por baixo em busca de espectadores, de que ela pode alcançar níveis estrondosos se vista e encarada com seriedade.
Seja bem vindo ao The Star Trek Day!!!