Archer é uma dessas animações que te cativam à primeira vista, te faz pensar em como fizeram uma animação desse porte e abordando esse universo dos licenciados para matar, mas a medida em que você vai assistindo logo percebe que existe algo diferente do que imaginou. O traço lembra os fumettis italianos com uma animação dura ao estilo dos desenhos dos anos 60, mas o tom e o linguajar vão te dando pequenas porradas que te faz se ajeitar na poltrona e começar a ver com um olhar mas atento.
Criado por Adam Reed em 2009 logo após o cancelamento de Frisko Dingo da grade da Adult Swims, Archer tem sua sua inspiração toda ancorada em gêneros ao estilo James Bond ladeado por um grupo de agentes secretos disfuncionais – Sterling Archer (dublado por H. Jon Benjamin ) e sete de seus colegas – Malory Archer ( Jessica Walter ), Lana Kane ( Aisha Tyler ), Cheryl Tunt ( Judy Greer ), Pam Poovey ( Amber Nash ), Ray Gillette (Reed), Cyril Figgis ( Chris Parnell ) e Dr. Algernop Krieger ( Lucky Yates ).
Sterling Malory Archer é um agente secreto narcisista e mulherengo do Serviço Internacional de Inteligência Secreta (ISIS), um serviço de inteligência fictício de Nova York liderado por sua mãe Malory. Seu narcisismo, senso de humor agudo e relações complexas com seus pares servem como aspectos importantes de seu caráter. Os anos subseqüentes de Archer vemos Sterling assumir diferentes ocupações e personagens, à medida que o programa experimenta novas idéias, arcos de personagem e narrativas independenntes.
Apesar da série levar o seu nome e Archer ser o fio condutor da maioria das narrativas, as tramas envolvendo os outro sete personagens da série se amaram e dão o tom de pessoalidade no enredo construindo toda a estrutura que sustenta Sterling como personagem principal.
Não se pode dizer que Archer é simplesmente uma paródia aos filmes e séries de ação e espionagem, ele se sustenta com seu tom de humor ácido ao mesmo tempo que constrói tramas inimagináveis e caóticas só vistos até então nos diabólicos planos do Dr. Evil. Archer está bem próximo de Kingsman: A serviço de Sua Majestade, o seu estilo transita entre o citycom e a aventura de espionagem.
As mulheres, como em toda trama jamesbondiana dão o toque especial à série. Malory é a mãe de Archer e por quem o personagem desenvolve sentimentos que transitam entre o amor e o ódio. Lana Anthony Kane é a contraparte de Sterling, torna-se a melhor e mais letal agente da ISIS e desenvolve por Archer um sentimento de paridade e disputa a ponto de escolhê-lo para ser o pai de seu filho. Cheryl Tunt, frágil e instável, é a herdeira de um multibilionário que vai trabalhar como secretária de Malory e passa a série se dedicando a perseguir e atormentar Lana em busca da afeição de Archer.
Mas se engana que pensa que é uma série leve ou uma simples série de animação com um tema ou abordagem diferente, Archer é feito pra gente grande e seu humor ácido serve mais para aliviar o tom da cena ou da trama que em muitas vezes, ou sempre, não mede o tom nas palavras ou na sua abordagem misturando dentro do seu enredo questões sociais e pessoais tão pesadas quando a abordagem política “nacional” e internacional a que seus personagens se envolvem.