(música triste ao piano no fundo)
Ontem assisti Benji, o remake da Netflix, e, enquanto enxugava os olhos, me vi lembrando da noite em que encontrei o meu cachorro. Foi uma semana após ter visto o primeiro filme dos Vingadores. Numa noite de temporal, minha esposa, filha e eu estávamos chegando em casa, quando notei, encolhidinho no portão, um pinscher se tremendo todo. Olhei para aquela cena, e, com toda a delicadeza, disse: Sai! Sai! Toma teu rumo. E o bicho correu pela escuridão.
Bastou entrar em casa para que o olhar da minha mulher me fizesse sentir pior que o Dicky Vigarista. E lá fui eu atrás do pobre animal. Achei o carinha, levei pra casa e decretei: só fica hoje! Procuraremos o dono!
O dono não apareceu, e, em menos de uma semana, o cachorro já tinha até nome. Em homenagem ao filme da Marvel e devido ao porte da raça, achei por bem batizá-lo de Hulk!
Ah, Benji! Ah, Hulk! Dois cãezinhos abandonados com tanto em comum. O primeiro um gênio, capaz de abrir portas trancadas a chave. E Hulk…bem… lá se vão seis anos e o miserável ainda não aprendeu a fazer xixi onde deve!
Enfim, como o filme do Benji é legal, mas sem grandes coisas a se comentar a não ser “como ensino meu cachorro a fazer isso?”, decidi escrever este POST para lembrar de grandes cães que poderiam ter aparecido no meu portão naquela noite fria…
Benji.
Cara, eu não queria muito que fosse o Benji não. Porque, apesar dele ser de outro planeta, cheio de truques e malandragens, três motivos me deixariam mal: 1)Ele só vem quando a família tá no bagaço.2)Ele pode parecer mais inteligente e prestativo do que eu na frente da minha esposa. 3) Aquele olhar careeeeeente…ele vai ficar com a minha cama e eu com a casinha.
Pinky da Punky
Esse sim! Preguiçoso e bonitão, ou seja: tipo eu. Mas eu sairia na vantagem por ter menos pelos, então meu lugar na cama ficaria preservado. O Pinky era demais. Jogava xadrez, baralho, fazia piadinhas e ainda era um ombro amigo para a maluquinha menina órfã. Tudo bem que um Glommer seria mais útil, mas essa é uma lista de cães.
Hooch
Filmes policiais de duplas já renderam grandes clássicos, e nos anos 90 a onda era juntar um tira selvagem com um cachorro, geralmente, dez vezes mais inteligente, habilidoso e asseado. Em uma dupla quase perfeita, Hooch quebra um pouco a fórmula. O bicho era um monstro, grande, feio e babão. A gosma branca que descia por sua boca molenga dava pesadelos no metódico e fresquinho “cana” interpretado por Tom Hanks na fase mais brilhante da sua carreira. O bruto é tão nojento e grosso que acaba virando um fofo. Apaixonante. Com certeza daríamos boas gargalhadas juntos. Mas, embora eu não seja o cara mais cheiroso do mundo, talvez encontrar aquele muco branco nos sapatos pela manhã não seja, realmente, uma boa experiência.
Nanook
Sabe? O maior problema de Santa Carla são esses malditos vampiros. Mas, se você tem um amigão tipo este lindo Husky Siberiano, então você tem algumas boas chances de sobrevivência na luta final. Sam, nosso saudoso Corey Haim, contava com essa sorte, e por duas vezes ele viu seu fiel companheiro em ação, colocando seus caninos pra fora pra proteger seu pescoço adolescente. Uma contra seu irmão, Michael (Jason Patrick), e outra salvando a pele dos irmãos Frogg, empurrando o vampirão Glam metal na banheira de alho e água benta. Boa rapaz! Scooby é o escambau…
Milo (com a máscara)
Caras, eu moro em casa. Se é pra ter um cachorro, que pelo menos ele faça a guarda do meu castelo, né? Poderia ser um rotweiller, um pastor…mas não! Tinha que ser um pinscher! Contudo, por que não unir o útil ao agradável? Se o baixinho viesse como o Milo, carregando uma máscara antiqüíssima capaz de lhe conferir poderes sobrenaturais, que o transformariam de um nanico para um demônio da Tasmânia feroz, eu teria o respeito dos maloqueiros do entorno com um cachorrinho que ocupa pouco espaço e solta pouco pelo.
Niner (k-9000)
De volta aos policiais de quatro patas, temos essa pérola que mistura o gênero com um pouco de sci-fi e doses cavalares de cafajestagens. O filme é ruim, mas duas coisas são dignas de nota. Primeiro o Mullet do oficial Eddie Monroe. A cabeleira bem criada protege a nuca do seu mestre de qualquer ataque pelos fundos. O negócio parece uma linda cauda de castor. O segundo ponto, retomando o que interessa, é o Pastor Alemão Niner. O bicho não é um cão…e nem é um robô… ele é um cãodroide, com a perspicácia de um Sherlock Holmes, e cheio de recursos embutidos. Fico pensando se ele fosse criado nos dias atuais. Um cachorro pra vigiar a casa e, ainda, com vários aplicativos instalados, câmera mega top, auto-falante, tocador de MP3…
Falkor
Tá! Eu sei! Dizem que ele é um dragão da sorte. Mas não adianta, pra mim ele é e sempre será um baita cachorrão-voador. Eu adoraria encontrar um desses no meu portão.
Jerry Lee
O meu número 1 não tem mistério. Tenho um carinho especial por k9 e pelo Jimmy Belushi, e, desde guri, alimento o sonho de treinar um cão pra responder ao seguinte comando:
_ Jerry Lee, pega o croquete do moço!
Essa foi minha listinha. Com certeza esqueci o nome de vários grandes astros caninos, e espero que ninguém me morda por isso. Mas eu não quero encerrar sem declarar meu amor por esse mijão que alegra os nossos dias: Hulk! Você é o meu cãopeão!