De todas as séries de TV do ano, uma das mais esperadas era a Quarta Temporada de Black Mirror.

Black Mirror como todo mundo já deve  saber, é uma antologia de ficção científica criada por Charlie Brooker e centrada em temas obscuros e satíricos que examinam a sociedade moderna, particularmente a respeito das consequências imprevistas das novas tecnologias. A série foi transmitida pela primeira vez na emissora Channel 4, no Reino Unido, em Dezembro de 2011. Em setembro de 2015, a Netflix comprou a série, encomendando uma terceira e quarta temporadas.

Crocodile – O episódio inspirado no estilo de obras de crimes nórdicos.

A série retornou esse ano com mais seis novos episódios, cada um se mostrando mais confiante e cinematograficamente ambicioso se comparado com os das demais temporadas. Bem, isso se não considerarmos “San Junipero“, uma obra prima vista na Terceira Temporarada e que não será facilmente alcançada.

Com o novo orçamento, graças a compra feita pela Netflix, a série demonstra  ter feito um bom uso dos novos recursos, o que pode ser visto em cada um dos 6 novos episódios deste ano. Sejam dirigidos por nomes como Jodie Foster ou Ben Wheatley, se passando por lugares desérticos ou congelados, ou mesmo em formato preto & branco, Black Mirror consegue novamente alcançar seu principal objetivo: Provocar discussão sobre os temas abordados. Principalmente quando fala o quanto a fraqueza humana pode transformar a mais avançada tecnologia no mais terrível pesadelo.

Metalhead – Episódio P&B mais tenso da Temporada.

É complicado comentar sobre a nova temporada de Black Mirror sem revelar importantes detalhes da sua trama. Posso dizer, ao menos, que o nível dos episódios não caiu em relação às Temporadas anteriores, e que eles cresceram em scope e em nível de produção. As atuações estão excelentes, os roteiros continuam usando de forma bem acertada os plotwists, e o tom Dark parece apenas ter aumentado, salvo em um dos episódios, que me pareceu ser um dos mais otimistas da série até então.

Episódio Black Museum – Provavelmente será um dos favoritos dos fãs da série.

O último episódio, chamado Black Museum, reserva easter-eggs que farão os fãs mais hardcore da série se empolgarem. Uma homenagem sombria à própria série e, mais uma vez, uma crítica às profundezas que nós seres humanos podemos descer quando recebemos poder sobre nossos semelhantes.

Black Mirror conseguiu continuar chocando, provocando e fazendo cada um de nós pensar não apenas no que o futuro da tecnologia nos reserva, mas também no quanto deveríamos nos preparar como Sociedade. Se não mudarmos a forma como pensamos e tratamos o próximo hoje, certamente viveremos em uma das distopias tão assustadoras da série.