Atenção amigos, contem spoilers!
Superman é um personagem que passou por muitas mudanças desde sua criação. Após Crise das Infinitas Terras, o primeiro reboot do universo da DC, coube a John Byrne a tarefa de recriar e atualizar o herói. Byrne fez mudanças que perpetuam até hoje como cânone do personagem, como a remoção do Superboy em sua origem, a transformação de Lex Luthor, de cientista do mal a mega-empresário inescrupuloso e a diminuição dos níveis de poder do herói para deixá-lo mais humanizado. Mas a mudança mais significativa foi manter os pais de Clark vivos, o que criou um Superman sem o trauma de não poder salvar alguém, apesar de seu imenso poder.

O Superman de Byrne.
A partir daí, Martha e Jonathan Kent tiveram um importante papel em moldar a personalidade do Super, o alien que era mais humanos que qualquer um de nós, aquele cara de caráter perfeito, um exemplo de altruísmo e fé inabalável na humanidade. Se vocês lerem Superman – Paz na Terra – vocês vão ter o exemplo perfeito do que estou falando.
Entre boas e más fases, perda e troca de poderes, exílio no espaço, morte e retorno, a essência do Super nunca mudou desde Byrne, continuou sendo o bom e velho escoteirão que todos nós zoamos por causa da cueca em cima das calças, mas que tinha uma personalidade a ser seguida como exemplo em seu próprio universo ficcional e, por que não, em nossa realidade também.
Então vieram os Novos 52…
Mais um reboot total no DCU, e com ele um novo Superman, mais Henry Cavill, menos Christopher Reeve. Um herói agora impetuoso, orgulhoso, prepotente, impulsivo, egoísta e idiota. Os pais de Clark estavam mortos de novo, não usava mais a cueca por cima da calça e para piorar, uma das coisas mais reconhecidas no mundo todo, por fãs ou não de quadrinhos, foi alterada, Superman não tinha mais um relacionamento com Lois Lane e sim um namorinho de adolescente com a Mulher-Maravilha. Resumindo, jogaram mais de 70 anos de legado no lixo e criaram um super-babaca para a nova geração se espelhar.

O Superman dos Novos 52.
Mas os deuses dos quadrinhos resolveram intervir e veio a saga Rebirth…
Eu diria que Rebirth é um mini reboot, já que a maioria dos personagens não foi alterada nem reiniciada, marcando apenas uma nova fase, com novas equipes criativas, cancelamento de alguns títulos e lançamento de novos, mantendo, essencialmente, o universo dos novos 52, mas resgatando alguns personagens e eventos icônicos do pré-N52 (Wally West – o melhor Flash – está de volta!!). Na minha opinião, Rebirth foi criado única e exclusivamente pra trazer o bom e velho Superman de volta.
Durante a saga descobrimos que, graças a um fenômeno interdimencional, um mais velho e experiente Kal–El pré–N52 está vivendo uma vida anônima em uma fazenda, casado com Lois e criando seu filho Jon…sim, o Super agora tem um filho de 10 anos, Jonathan Kent. Clark fez votos de não interferir nesse novo mundo e seguir uma vida normal com sua família, visto que o novo universo já possuía seu Superman, e assim o fez por 10 anos (tempo em que se passaram as histórias dos Novos 52 no DCU), até que eventos catastróficos o obrigam a ajudar os heróis do novo universo, eventos estes que culminam com a morte do Homem de Aço dos N52, fazendo com o que o clássico Super assuma o manto que sempre foi seu.
Em Superman Rebirth #1, uma edição especial de despedida ao Super dos N52, não vemos nenhuma ação, apenas o dialogo entre dois personagens, o Superman clássico e Lana Lang, discutindo a possibilidade da ressurreição do Super dos N52. Aí já podemos ter noção dos novos rumos do personagem no DCU, ver que o verdadeiro escoteirão está de volta, com toda a sua moral, bondade, imponência e humildade e sem as babaquices do Super dos N52.
A nova Action & Comics retoma sua numeração original, considerando as edições lançadas sob o selo dos N52, o que faz a publicação voltar ao número #957. A&C traz as aventuras solo do Super no melhor estilo clássico dos quadrinhos, herói x vilão, no primeiro arco temos a volta de Apocalipse.
O melhor mesmo ficou para a outra revista do homem de aço: Superman. A nova série deixa um pouco o Superman de lado e foca em Clark Kent e sua nova vida na fazenda, em tudo o que aconteceu nesses 10 anos de anonimato, seu relacionamento com Lois e a melhor parte, a criação de seu filho Jon, ensinando–o os verdadeiros valores da vida enquanto o ajuda a controlar os poderes recém-despertos. Aqui podemos ver um pouco mais do Super visto em Paz na Terra, com toda sua aura de homem perfeito em todos os aspectos, o ícone, o exemplo a ser seguido, um verdadeiro super homem.
Cara, muito legal essa análise. Deu até vontade de ler essa saga rebirth!!
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Excelente! O texto me fez entender o por que eu não consigo gostar dessa nova franquia do super no cinema… Ele é simplesmente N52 demais para o meu gosto. Parabéns, Carlos!
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