Isso está cada vez mais parecido com letra de música sertaneja, está por todo lado e dificilmente dá para parar e ficar ouvindo. Desde os abusos absurdos de alguns diretores e roteiristas que se viram inflamados com a possibilidade de trabalhar e dar a sua visão sobre o Homem-Morcego, e diga-se de passagem desnecessária, o personagem nunca esteve tão em voga.
Os fãs pularam em comemoração quando Ben Affleck foi anunciado como o novo portador do capuz do morcego por ser um declarado apaixonado e respeitador do universo em quadrinhos, mas com as escolhas administrativas que envolveram muito mais que o personagem, vimos essa alegria ser abafada, o que piorou quando o seu anunciado roteiro foi descartado seguidamente e o anúncio de que ele não interpretaria mais o personagem.
Mais uma vez vemos decisões individuais de diretores e roteiristas interferindo pesadamente nas expectativas dos verdadeiros alimentadores da indústria, o público. Essa semana Matt Reeves reforçou que não quer Affleck e que o roteiro construído para o novo filme e que substituirá o roteiro do Ben não prevê um Batman maduro e por isso o ator estaria descartado, mesmo com as pesadas e insistentes interferências dos executivos dentro do selo. Uma pena, já que o projeto foi idealizado pelo ator que assumiu a direção e o roteiro e teve tudo retirado dele.
Em outra vertente a série Gotham anuncia a sua quinta e última temporada respeitosamente sem enrolação visando lucros. A medida que Bruce Wayne amadurece, o personagem do Batman é construído e todo o seu universo mítico de vilões, guiados pelo protagonista James Gordon ao lado da cidade de Gotham. Uma decisão extremamente acertada, já que com a sua inserção tornaria a série uma série do Homem-Morcego, mas é possível imaginar as últimas cenas com a sua silhueta no topo de um prédio observando a cidade.
A esperança cresce quando ouvimos burburinhos sobre Zack Snyder e sobre uma possível erro estratégico ao substituí-lo na liga, os fão pedindo ensandecidamente uma versão sua do filme e a sua crescente manifestação nas redes sociais trazendo curiosidades sobre sua versão do Universo Cinematográfico da DC.
Enquanto isso, em Titans a sombra do personagem paira sobre a de Dick Grayson e é frequentemente citado, já construindo o seu perfil atual mesmo não tendo aparecido. A medida que a série se desenrola cresce uma vontade de ver o morcegão surgindo das sombras em algum momento. Curiosamente o universo construído de Titans caminha lado a lado com o universo cinematográfico em sua ambientação, e com tantas especulações e segredos sobre quem possivelmente representaria ele nas telas da TV, ancorado ao respeito que estas séries tem tido com atores que representaram o vigilante, bem que poderiam trazer o Affleck pra uma ponta dentro da série e até mesmo da futura Patrulha do Destino.
Justificando minha comparação, esse enredo é meloso, repetitivo, por vezes traz um certo alento, mas o refrão não deixa dúvidas. Dentro da DC existe sim um pouco de esperança, pessoas que respeitam o universo criado e construído por mãos coletivas e muitas vezes por puro amor, porém existe uns poucos que se vêem com o poder nas mãos e a possibilidade de tirar proveito pessoal e individual, querendo entrar no ônibus lotado e sentar na janela.
O consenso nunca vai agradar a todo mundo, uma ou outra decisão vai desagradar muita gente, contanto que não continuem confundindo adaptações com releituras, que não deixem de creditar os devidos direitos à todas as mãos que se calejaram nesse percurso e principalmente, entendam que esses personagens não são deles.
“Entre Batman’s e queixas… Um herói eu desejo… brilhando nas telassss…”