Clássicos – Doutor Jivago

Estive um pouco longe nos últimos meses.

Estive em auto-estradas desérticas, florestas incríveis e ruínas de cidades.

Fui para as mais altas montanhas; viajei de navio e naufraguei; estive nas profundezas submarinas; desci ao centro da terra.

Estive em planetas inóspitos; encontrei civilizações perdidas; tremi diante de monstros e chorei de emoção mais de uma vez, em romances tórridos; perdas irreparáveis ou altruísmos inspiradores.

Eu poderia me estender ainda por muitos parágrafos, tentando demonstrar o “passeio” que resolvi fazer, há alguns anos, pela sétima arte, decidi dar atenção aos antigos clássicos (e algumas obras não muito famosas também). Começando lá de trás, na era dos filmes preto e branco, até os dias atuais. Longe de ter assistido tudo, optando mais pelos filmes considerados consagrados, e aqueles que demonstram ter uma fórmula mais próximo do que aprecio. Foram centenas de filmes, e o melhor de tudo é que sempre encontro uma ou outra obra inédita para mim no passado.

Um novo filme, não necessariamente é um filme novo.

Daí me surgiu a ideia, um pouco que tardia admito, de ocasionalmente falar sobre alguns desses clássicos, que por incrível que pareça, são inéditos para muitos ainda, tal qual eram para mim até pouco tempo atrás.

E hoje irei falar sobre um clássico que me prometia ver há muitos anos mas que nunca dei a devida atenção (um pouco disso pelo fato do filme possuir mais de 3 horas), mas que ontem ao assistir, um pouco antes de dormir, fez bater tão forte o meu coração, que me tomou o sono. Vamos falar um pouco sobre Doutor Jivago, de 1966.

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Este magnífico drama romântico é também uma excepcional aventura, ambientada na época da revolução Russa, toda a grandiosidade histórica torna-se pano de fundo para uma aventura romântica inspiradora e de uma sensibilidade ímpar.

O diretor David Lean, consegue prender sua atenção na tela, mesmo nas cenas mais simples, ele consegue transformar tomadas que poderiam passar despercebidas em momentos de bela fotografia e com um deleite para os olhos em quase todas as cenas. Há muitas tomadas sem diálogos, mas que passam de forma emocionante o que deve ser passado, e para isso o diretor usa de uma arma secreta inigualável, o protagonista do filme.

Foi em Dr. Jivago que tive noção do porque o ator Omar Sharif era uma estrela de alta grandeza no cinema daquela época (e que imortalizado, ainda brilha), e buscando em minha, não muito confiável, mente um ator que transmitisse de forma tão apaixonada o papel de uma atuação como ele.

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O talentoso ator egípcio, nascido em Alexandria – Omar Sharif

Ontem Omar Sharif esteve diante de mim, na tela de minha TV. E apenas com a força de seu olhar; com o peso de sua interpretação; sem precisar dizer uma única palavra, por mais de uma vez me emocionei; me inspirei e meus olhos se enchiam d’água, e percebia-o então, vivo.

É claro que o filme conta com um grande elenco da época, saudosos monstros do cinema que infelizmente se foram em sua maioria, como o genial Sir Alec Guinnes (eterno Obi-Wan) e a linda Julie Christie. Mas é com Omar Sharif que você entende porque é atribuído a ele, o personagem, o protagonismo e por sua vez o título do filme.

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Dr. Jivago fala sobre o poder destrutivo da guerra na vida das pessoas; fala sobre um altruísmo cada vez mais raro no coração dos homens; sobre pessoas que mesmo “vitoriosas” na vida, ainda não são o que realmente desejariam; sobre a visão e coração dos poetas, e acima de tudo, fala sobre o amor.

Não é a toa que o filme levou 5 estatuetas, apesar de não ter levado melhor filme.

Se você, como eu, curte alguma coisa do que foi mencionada aqui em uma história, Dr. Jivago é um prato cheio, uma experiência inesquecível e um filme obrigatório para o amante da sétima arte.

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Em meio a tantos filmes que iniciam na tela de forma frenética para prender a atenção de um público de mentalidade, ao que parece, cada vez mais imatura e apressada; de excessos de personagens fanfarrões, caricatos e forçados; e de roteiros cada vez menos elaborados e audaciosos, depois de assistir tantos clássicos como eu fiz (e recomendo muito), você começa a entender sobre a tal magia do cinema a tanto perdida e desesperadamente buscada hoje, por um público, infelizmente, cada vez mais raro.

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