Desde o lançamento do Homem de Aço em 2013, os fã do universo DC Comics tem chamado de DCEU (DC Extended Universe), a ideia se fortaleceu com o seu então produtor executivo Geoff Johns, um dos criadores dos Novos 52 que redefiniu o universo DC em 52 terras revendo e reestruturando muitos personagens clássicos no pós Crise.
Em entrevista certa vez, com o sucesso das séries live action da editora, ele se referiu ao Universo DC como uma constante que unia tudo já produzido até aquele momento e o que vira depois. Num resumo simples, desde o Batman dos anos 60, o Super Homem de Cristopher Reeves, Mulher Maravilha de Linda Carter, todos os Batman que vimos e até o fiasco de Esquadrão Suicida, coexistiam em um mesmo universo e uma produção não se sobrepunha ou reescrevia a outra, tudo estaria interligado, mas cada um em sua terra.
As próprias séries para TV iriam dividir personagens com as séries de animações, um exemplo claro desse é a personagem Vixen que estava em Legends of Tomorow e ganharia uma série de animação própria totalmente interligada com a live action.
Todo fã sabe que esse universo variado já foi explorado por várias vezes nos quadrinhos, com personagens com suas contrapartes e versões idênticas ou com alguma variação do original, e aparentemente isso estaria acontecendo com todo o universo DC conhecido até agora.
Com o filme da Mulher Maravilha muita gente se perguntou ou discutiu incessantemente em grupos ou fóruns o porquê da personagem ter sido arrebatada para a primeira guerra mundial ao invés da segunda. Claro que o fato da Marvel ter roubado boa parte do seu plot exclusivo e colocado antes no Capitão América, mas tratar de guerrilhas de marketing e espionagem industrial não é o que queremos aqui.
Com o filme Batman Vs Superman a inquietude dos fãs foi ao extremo, deixando muitos desnorteados e revoltados, mas essa ideia de um universo aberto não me incomodava e me dava uma visão mais ampla das coisas, o que espero ser a correta, pois esses personagens e essa visão já foi apresentada ao público em vários momentos: Injustice, Batman & Superman: Inimigos Públicos, Liga da Justiça Guerra e até Ponto de Ignição. Não dá pra negar, nem esquecer o pesadelo do Batman com o Flash que nos remete à Crise nas Infinitas Terras, mesmo esse Flash sendo totalmente inspirado no Wally West da Liga da Justiça Unlimited ou o Cyborg que me remeteu literalmente ao personagem criado originalmente por para os Novos Titans da década de 80, que evolui facilmente para o Cyborg de hoje em dia durante todo o enredo. Nesse filme especificamente, cada personagem tem uma abordagem diferente, um ângulo de câmera, luz e ritmo distinto dos outros .
Nos últimos dias, após a DC junto à Warner levar ao ar o seu canal exclusivo de streaming com tudo que já foi produzido até agora, desde às primeiras séries do Superman até as últimas dos Titans, exclusivas para o canal, ela anuncia novos selos unicamente destinados para os públicos adulto (DC Dark) , jovem (DC Ink) e infantil (DC Zoom) reforçando uma ideia já anunciada para as revistas da editora, o seu canal de streaming e todas as produções live action e animações, mesmo após as mudanças da direção dos projetos com a substituição de Geoff Johns por Jim Lee e a saída de Ben Affleck do papel do Homem Morcego.
Esses acontecimentos não abalam as expectativas sobre esse futuro obscuro que a DC Comics vive sob o assombro dos sucessos das produções do MCU (Universo Cinematográfico Marvel), ao contrário, só foram reforçadas com o anúncio do nome escolhido pela DC para representar o seu projeto: World of DC (Mundos da DC), que parece simples, mas enche de esperanças sobre todo esse universo ainda desconhecido para os fãs mais novos, tirando a tese de interligação e criando diversas cronologias que podem ser exploradas ao extremo antes de ser reformulada por uma visão de um Barry Alen vindo do futuro para anunciar uma Crise eminente ou, e por que não dizer e, reescrita por uma mudança na linha temporal causada por um Flash Point.
World of DC é o nome, pequeno, mas com muito a dizer, traz consigo essa carga de estórias construídas, destruídas e reconstruídas diversas vezes, porém nunca perdendo a sua essência.