CHEGAMOS AO INFINITO

Saí da sala de cinema para assistir Vingadores Guerra Infinita a menos de uma hora, em uma pré-estréia de quarta-feira meia-noite em minha cidade. O pior é que tenho de trabalhar amanhã e não consigo dormir, não consigo dormir porque há uma criança pulando e gritando de felicidade dentro de mim agora, uma criança que ficou muito comportada com a idade e que não se manifesta tanto com o passar do tempo, mas que agora, simplesmente não me deixa dormir de emoção.

Na sala de cinema não foi muito diferente, ela “usou” minha boca para berrar; falar gritando nome de heróis e itens que conheci décadas atrás nos quadrinhos; e me fez chorar também, enquanto embargava a voz que não conseguia mais gritar depois de algum tempo. Acredito que em alguns momentos eu possa ter tido uma crise nervosa dentro do cinema.

Apostei certo minhas fichas nos Irmãos Russo, que conseguiram ultrapassar de longe as minhas estratosféricas expectativas, em um filme do tipo “Tirem as Crianças da Sala” (sim, não vão esperando um filme de Marvel como tem sido nos últimos tempos, mais voltados para o público que assiste Disney XD pelas manhãs), com sangue, dor, sofrimento, perdas, mortes, torturas e muitos gritos.

Se comparasse este filme com Star Wars, eu diria que temos o Império Contra-Ataca da Marvel e sim, acredito que tenhamos um novo Darth Vader para as próximas gerações (sem desmerecer nosso amado e icônico vilão Sith). Thanos…vocês ouvirão falar muito neste nome, como uma marca que irá perdurar.

Temos um Thanos que, digo sem pestanejar, supera em todos os aspectos o Thanos dos quadrinhos, não apenas no visual bem trabalhado, mas na fidelidade plena de sua história, poder, propósitos e que na “pele” de Josh Brolin, prevejo um vilão que talvez muitos possam ter pena de seu momento final no próximo filme, ou até mais, talvez se afeiçoem a ele.

De todos os filmes de heróis que já assisti, poucos foram tão quadrinhos quanto este, tinha horas que eu pensava que iria ver o velho “Enquanto isso…”, além de outros métodos narrativos comuns nos gibis.

Quanto à participação de personagens, se você acha que tem muitos, não, há mais do que você está calculando, com surpresas de querer fazê-lo levantar-se da poltrona.

Eu não estou aqui para dar análises técnicas sobre o filme, porque sei que se você é fã como eu, ao sentar-se na cadeira do cinema para assistir este filme, você irá cagar para análises técnicas cinematográficas, porque irá parar de raciocinar logicamente nos primeiros 5 minutos de filme e será puro coração, pura criança nerd que lia os gibis no formato ainda pequeno.

A falta de fidelidade de muitos heróis que talvez não tenha feito-o gostar tanto deste MCU, bem, elas continuam lá, todas acumuladas, mas o filme consegue ir além disso, a ALMA deste filme é puramente MARVEL.

Thanos, ao buscar a onipotência através das jóias do Infinito, não planeja alterar apenas a realidade da Marvel, mas percebo que talvez, venha conseguir alterar as estruturas da sétima arte, como poucas vezes se conseguiu.