SOBs – Os Implacaveis

Na década de 80, em plena guerra fria, as bancas de jornais estavam repletas de um tipo de literatura de bolso “barata”, dessas para se comprar, ler no metrô e jogar fora, mas como o que aconteceu com as outras linhas similares e suas precursoras, as aventuras noir e de western, acabou por cair no gosto popular e foi distribuído para o mundo todo.

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Nas mesmas prateleiras se encontravam Mack Bolan – O Executor, Able Team – Os Justiceiros, Phoenix Force – Os Vingadores, Track – O Anjo e SOBs – Os Implacáveis. A editora Gold Eagle, aqui no Brasil em conjunto com a Nova Cultural, publicou essa série de aventuras de ficção e suspense entre meados dos anos 80 e 90, caracterizada por alguns como uma obra pulp fiction.

SOBs ou Os Soldados de Barrabás, era escrito por Jack Hild e contava as aventuras de um grupo de mercenários americanos contratados pelo senado americano para resolver problemas e pendências político-militares onde o governo americano não poderia atuar oficialmente. Apesar desses títulos serem escritas por autores diferentes, vez ou outra um personagem de uma aventura cruzava com o de outra em um aeroporto ou até mesmo na recepção do Congresso ou da Casa Branca.

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Os implacáveis são comandados pelo Coronel Nile Barrabás, veterano do Vietnã onde desenvolve uma relação comercial e estranha com Walker Jessup, conhecido pela alcunha de O Mediador, um comerciante de armas que futuramente vai ser o relações públicas entre ele e alguns senadores americanos. Foi no Vietnã também que Nile adquire sua maior característica, os cabelos brancos, logo após um estilhaço de granada penetra na sua cabeça. Carrega consigo a alcunha de ter sido o último soldado a deixar o Vietnã e o primeiro a se engajar em uma nova luta. Seus soldados só possuem uma única ambição, fazer o que nem os marines são capaz de fazer. Eles se tornaram inimigos mortais da KGB depois de invadirem seu quartel general em plena Rússia e tê-los humilhado com suas ações bem debaixo dos seus narizes.

A ambientação é rica em detalhes e pouco convencional para os dias de hoje. Por se tratar de estórias narradas no período da guerra fria, o que não era um problema para a época, fazia o leitor se tornar um exímio conhecedor de armas de combate, veículos e equipamentos usados para ações de assalto e incursões em locais de perigo extremo, em muitas vezes enfrentando algozes e tiranos ditadores.

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O grupo tinha como base uma ilha que pertencia à família Hatton e sua herdeira a Dra. Lee Hatton era a médica da equipe e muitas vezes participava das missões, o resto da equipe era composta por Willian “Billy Dois” Starfood II sucedeu o seu irmão na equipe que havia morrido em uma missão, Claude Heyes, Lian O’toole, Alex “O Grego” Nanos, Emílio Lopez, Nathaniel “Nate” Beck, Erika Dykstra era a namorada de Nile Barrabás e Gunther Dykstra, seu irmão, era um contrabandista de objetos arqueológicos e obras de arte a quem Nile recorria para o envio de seus equipamentos e armamentos discretamente para os locais de incursões.

Apesar de cada um na equipe possuir uma ou duas habilidades específicas como demolição submarina, conhecimento de armas, franco atirador, eletrônica e incursões de assalto, todos faziam questão de difundir os seus conhecimentos para os outros pois sabiam que suas vidas poderiam depender disso ou que em algum momento um deles poderia ficar para trás, e isso acontecia. Por várias vezes aquele apego que você tinha para com um ou outro personagem era destruído em alguma missão e você não veria mais o nome dele nas paginas das estórias seguintes.

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Sim, todas os 33 volumes das estórias dos Soldados de Barrabás são sequenciais, o que faz com que você tenha uma aproximação muito forte com os personagens seguindo suas estórias e se lembrando das referências que são lançadas nas aventuras. è uma coleção inteira de aventuras desse grupo fugindo e tentando sobreviver sob a busca incansável da KGB enquanto fazem justiça em um ou outro pais tomado por uma ditadura cruel.

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Acompanhando Os Implacáveis seguem os Stony Man, um grupo ainda maior formado por Mack Bolan e mais outras duas equipes que trabalham sob a sua gerência, Able Team e Phoenix Force. Todos tem, inclusive os Stone Man possuíam título próprio e saiam periodicamente, mas Mack Bolan perdurou por muito mais tempo e serviu de inspiração para personagens que vieram a se tornar tão icônicos quanto atuais como O Justiceiro da Marvel Comics que ainda circula por aí em HQs, cinema e séries de tv.

Enquanto Don Pendleton, Dick Stivers, Gar Wilson e Jerry Aehrn são autores que conhecidos, mesmo que de uma literatura de “segunda linha”, Jack Hild mantém até hoje sua verdadeira identidade e paradeiro desconhecidos.

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O mais próximo desse universo e ainda persistindo em um estilo que já não está tão em foco nas telas dos cinemas, mas ainda atraindo um grande número de fãs ai redor do mundo pela grande referência aos filmes de ação da década de 80, temos Os Mercenários, ou The Expendables no seu original, que trás essa visão de ex-combatentes que se juntam para trabalhar para o governo ou em suas guerras pessoas de inimigos adquiridos por ordem do trabalho, mas que também faz uma grande homenagem à esses ícones do cinema de ação desse passado não tão distante.

Não se pode dizer que um fã não iria sonhar com uma adaptação dessas, no entanto já dá pra se contentar com essa série de filmes que não recebe a alcunha dos Implacáveis, mas têm toda a sua energia, lemas e espírito ali empregados e pra quem leu pelo menos um ou dois números de SOBs, pode claramente distinguir trechos dos mesmos inspirando o seu roteiro.

Soldados, nenhum homem fica para trás!

 

3 Respostas para “SOBs – Os Implacaveis

  1. Muito legal a matéria! Fui um leitor assíduo das duas séries citadas no artigo (SOBs e Mack Bolan). Com o passar do tempo fui me desfazendo da coleção. Porém há uns dois anos atrás comecei a garimpar na internet (Mercado Livre e principalmente Estante Virtual) e agora estou refazendo a coleção SOBs, que inclusive já está maior do que a original. Os detalhes das operações e termos militares narrados nos livros são excepcionais ao ponto de sugerir que o autor, ou autores, realmente estiveram em combate, ou foram membros das Forças Especiais estadunidendes. Congratulações pela matéria do post!!!

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  2. Nunca tive interesse em assistir os mercenarios. mas agora sabendo que foi inspirado na série de livros do SOB’s vou ter de assistir. deu até saudade dos livros. li todos que se acabaram no tempo.

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