O fim do ano é permeado de lista de melhores do ano disso, as melhores expectativas daquilo. Não vou fazer uma lista dessas, vou fazer uma lista pra enviar pra aquele velhinho que mora no norte da Alemanha e que com a ajuda de seus fiéis meeples passa o ano inteiro fabricando e criando jogos para presentear àqueles que passaram o ano inteiro cuidando, limpando e jogando seus jogos. Espero ter me comportado bem pra merecer uma grande caixa vermelha repleta de jogos.
Minha lista será bem justificada, e os motivos serão simples: Ter conhecido, experimentado e desejar muito… Não vou fazer uma lista recheadas por expectativas de mercado e lançamentos, isso já acontece todos os anos na GenCon e em Essen.
Arkham Horror: The Card Game (2016-2017) – Um Jogo cooperativo de investigação na linha dos RPGs clássicos com mecânica de Deck Building no universo de H. P. Lovecraft. Tudo nesse jogo é baseado em cartas, o cenário, as fichas de personagens com suas habilidades e poderes, aliados, inimigos e narrativa. As aventuras causam calafrios e os personagens vencendo ou perdendo a aventura sofrem suas consequências ficando mais fortes ou mais fracos para o próximo desafio.
Mecânicas: Action Point Allowance System, Co-operative Play, Deck / Pool BuildingHand Management, Role Playing, Variable Player Powers
Jogadores: 1-2 (por caixa base)
Nota: 8,3
Dificuldade: 3,16/5
Duração: 60-120 min
T.I.M.E Stories (2015-2017) – Ainda na linha de RPG é um Storytelling de investigação com rolagem de dado e cooperativo também. Os jogadores são transferidos para as mente de personagens ao longo do tempo onde enfrentam diversos desafios e tudo isso numa corrida contra o tempo. As pistas são interpretadas individualmente e passadas adiante pelo jogador que interpreta. As conquistas vão revelando segredos ainda sem detalhes para o universo de jogadores.
Mecânicas: Co-operative Play, Dice Rolling, Role Playing, Storytelling, Time Track, Variable Player Powers
Jogadores: 2-4
Nota: 8
Dificuldade: 2,66/5
Duração: 90-240 min
Deadline (2017) – Uma estória noir clássica com citações de fazer os mais velhos se lembrar de Maigret e Chandler. Outro cooperativo que usa um Set Collection inspirado em The Grizzled, que você não pode dar pistas do que possui na mão a menos que interprete um personagem noir e inclua suas informações como pistas em seu diálogo.
Mecânicas: Co-operative Play, Hand Management, Set Collection, Variable Player Powers
Jogadores: 2-4
Nota: 6,9
Dificuldade: 2,33/5
Duração: 60 min
Pandemic Iberia (2016) – Apesar de ter sido lançado em 2016, ele serviu como tema do campeonato mundial da franquia que é em homenagem ao país sede da final de 2017. A Franquia vem crescendo a passos largos com novidades e inovações nos seus sistemas que torna cada jogo uma experiência única. Pandemic Iberia me conquistou e está ao lado de Pandemic: Reign of Cthulhu (2016) e Pandemic: The Cure (2014) como os meus preferidos.
Mecânicas: Action Point Allowance System, Co-operative Play, Hand Management, Point to Point Movement, Set Collection, Trading, Variable Player Powers
Jogadores: 2-5
Nota: 8,1
Dificuldade: 2,65/5
Duração: 45 min
Ethnos (2017) – Um controle de área simples e surpreendente onde o jogador busca cartas para com elas e seus poderes, exercer sua influência sobra áreas do tabuleiro e conquistar pontos no final do jogo.
Mecânicas: Area Control / Area Influence, Card Drafting, Press Your Luck, Set Collection
Jogadores: 2-6
Nota: 7,6
Dificuldade: 2,08/5
Duração: 45-60 min
Downforce (2017) – Um Family Game de corrida divertido que acorda a criança dentro de nós. Uma mecânica simples de movimentação estratégica no tabuleiro com o objetivo de levar o seu piloto ao lugar mais alto do pódio, mas mesmo que isso não aconteça você pode se dar bem se apostar escondido no piloto do adversário e lucrar o suficiente com isso.
Mecânicas: Auction/Bidding, Betting/Wagering, Hand Management, Variable Player Powers
Jogadores: 2-6
Nota: 7,5
Dificuldade: 1,95/5
Duração: 20-40 min
Stop Thief! (2017) – Mais um Family Game repaginado pelo pessoal da Restoration Games assim como o Downforce. A simplicidade desse jogo não mudou nada desde o seu lançamento em 1979, que trouxe como inovação o fato de ter um telefone que te dava pista de onde poderia estar o ladrão. Neste jogo você é um detetive que só quer prender bandidos pra com a recompensa ir passar as férias no Caribe.
Mecânicas: Hand Management, Memory, Point to Point Movement, Take That, Variable Player Powers
Jogadores: 2-4
Nota: 7,2
Dificuldade: 1,67/5
Duração: 30-60 min
Lovecraft Letter (2017) – Com o domínio público das obras de H. P. Lovecraft parece que Cthulhu resolveu dominar o mundo, pelo menos no universo dos boardgames. E aqui vai mais uma releitura do clássico Love Letter só que dessa vez ele trouxe uma nova roupagem com uma variação de poderes de efeitos duplos, um se você está são e o outro se você perdeu alguma sanidade. Só essa mudança foi o suficiente pra dar um novo fôlego e novas experiências ao jogo.
Mecânicas: Hand Management, Player Elimination
Jogadores: 2-6
Nota: 7,4
Dificuldade: 1,33/5
Duração: 5-15 min
Century: Spice Road (2017) – Aí quando eu acho que não vou mais me surpreender me deparo com esse jogo, um Deckbuilding com Set Collection que conseguiu derrubar o Splendor, uma coqueluche de mundial dos jogos de entrada. Nesse jogo você é simplesmente um comerciante de especiarias e contrata trabalhadores e negociadores, cartas que vão lhe dar o poder de adquirir novas especiarias ou negociá-las trocando por outras mais caras ou mais baratas para cumprir os contratos que lhe são oferecidos.
Mecânicas: Card Drafting, Hand Management, Set Collection
Jogadores: 2-5
Nota: 7,5
Dificuldade: 1,75/5
Duração: 30-45 min
NMBR 9 (2017) – Esse é um abstratão, se é que essa palavra existe, mas é um jogo fantástico e puro quebra cabeça onde as chances são iguais para todos e a sorte está apenas no sorteio de qual peça será usada a cada turno e cada jogador dependerá apenas da sua visão espacial e raciocínio para alocar a sua peça numérica programando as melhores opções para as próximas jogadas e assim marcar mais pontos no final, valendo-se do nível o número com pontuações múltiplas e progressivas.
Mecânicas: Abstract Strategy, Number, Puzzle
Jogadores: 1-4
Nota: 7
Dificuldade: 1,33/5
Duração: 20 min
Papertown (2017) – Esse eu conheci ainda em versão protótipo de um designer brasileiro e já me encantei, um simples Tile Placement com Construção de Cidade onde o objetivo é conseguir alocar todos os seus trabalhadores através das construções dos objetivos que você tem. Mas a cereja do bolo foi quando pesquisando o artista, descobri que todo o material de ilustração do jogo foi feito em papel manualmente, cada pecinha, construção, carro foi montado em papel em uma escala minúscula.
Mecânicas: Pattern Building, Tile Placement
Jogadores: 1-4
Nota: 7
Dificuldade: 1,50/5
Duração: 15-30 min
Azul (2017) – Dá pra imaginar um jogo com aqueles azulejinhos quadrados que a gente brincava quando era crianças quando eles caiam do banheiro? Azul é outro abstrato que absorve bastante o tema. Você precisa colecionar esses azulejos e alocá-los em seu tabuleiro pra depois construir, mas o mercado não tem tudo o que você quer, nem na quantidade necessária e o que você não usar aumenta as chances dos seus adversários.
Mecânicas: Pattern Building, Set Collection, Tile Placement
Jogadores: 2-4
Nota: 7,8
Dificuldade: 1,94/5
Duração: 30-45 min
Pronto! Todos devidamente apresentados e justificados, até coloquei dois a mais para o caso dele não conseguir encontrar alguns e ficar na dúvida sobre o que fazer, mas se achar todos não vou reclamar.
Claro que alguns vão sentir falta de gêneros como os Ameritrash da vida, mas o motivo é bem simples, foram os últimos que joguei e logicamente influenciado pela feira da Alemanha que é para um mercado mais Eurogame. Quem sabe o coelhinho me traz uns goblins ou zumbis no ano que vem!?
Walber Pena