Se você já assistiu qualquer um dos trailers de Thor: Ragnarok já deve então estar mais ou menos preparado para o que vai encontrar na sala do cinema: Uma comédia. Pode ser uma péssima notícia para os fãs mais hardcore dos personagens, das grandes sagas como Ragnarok e principalmente Planet Hulk, a melhor saga do gigante esmeralda das últimas duas décadas, mas pode também ser uma ótima notícia para os fãs que já entenderam que o Universo Cinematográfico da Marvel é uma versão obviamente diferente dos clássicos quadrinhos da Casa das Idéias.
O filme é produzido pela Marvel Studios e distribuído pela Walt Disney. É a sequência de Thor, de 2011 e Thor: O Mundo Sombrio, de 2013 e também é o décimo sétimo filme do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU). O filme é dirigido por Taika Waititi (o mesmo de “O que Fazemos nas Sombras”) com o roteiro de Eric Pearson e é estrelado por Chris Hemsworth, Tom Hiddleston, Cate Blanchett, Idris Elba, Jeff Goldblum, Tessa Thompson, Karl Urban, Mark Ruffalo e Anthony Hopkins.
Várias coisas me chamaram a atenção no filme, e entre a trilha sonora que está fantástica (Immigrant Song – Led Zeppelin, é uma das minhas favoritas) e as atuações hilárias e bem naturais de Jeff Goldblum como Grande Mestre e o próprio Taika Waititi através de captura de movimento e emprestando sua voz a Korg, a liberdade criativa que a Marvel decidiu dar ao diretor foi o mais surpreendente. O filme não tem medo de fazer piada de si mesmo e o faz de forma impecável. Eu entendo que é um filme de super heróis fazendo parte de um mesmo universo, mas a forma como o diretor descarta certas pontas que haviam ficado soltas de filmes anteriores, em apenas poucas linhas de diálogo, é desconcertante e genial.
Importante lembrar também o trabalho com o design de roupas e cenários, tudo prestando uma homenagem mais do que merecida ao mestre Jack Kirby. O filme, piadas a parte (e olha que o filme é quase todo formado por piadas), possui um roteiro muito simples, e que é praticamente descartável. O timing muito bom das piadas e as atuações do ótimo elenco fazem o público facilmente se esquecer das reais motivações dos personagens e seus desenvolvimentos. Um filme que seria facilmente esquecível não fosse pelas gargalhadas que provoca na audiência.
Os dois primeiros filmes do Thor são muito abaixo da média e não foi muito difícil para esse terceiro se mostrar muito mais interessante que os anteriores. Ele é um filme de humor e aventura, muito mais próximo do que foi visto nos dois filmes dos Guardiões da Galáxia do que no restante dos filmes da Marvel/Disney. O que levanta a seguinte pergunta: Eles vão tentar resistir em não trazer este mesmo tipo de humor para o Vingadores: Guerra Infinita? De uma coisa eu tenho certeza: Korg e Miek merecem um filme deles.