Bem vindos guerreiros, vamos comemorar juntos o aniversário de 18 anos, a maioridade numa piadinha infame, do lançamento de The Legend of Zelda: Ocarina of Time, esse que pra mim é de longe o melhor jogo da monstruosa franquia, e me arrisco a dizer um dos melhores joguinhos que já joguei. Então peguem suas ocarinas e vamos tocar o Song of Time e voltar ao glorioso ano de 1998, ano de incríveis lançamentos como Resident Evil 2, Parasite Eve, Baldur’s Gate e o mítico Half Life.
Ocarina of time é o quinto jogo da franquia The Legend of Zelda, desenvolvido e publicado pela Nintendo para o polêmico Nintendo 64 em novembro de 1998 no Japão e América do norte, chegando ao resto do mundo ainda em dezembro daquele mesmo ano. Foi o primeiro jogo da franquia em ambiente 3d e também a estréia da série no console sendo anos mais tarde portado a diversas outras plataformas da Nintendo.
O protagonista da história é Link, um jovem kokiri (uma espécie de duende) que vive na Floresta dos Kokiri na parte oriental do reino de Hyrule. Link é o único de sua raça a não ter uma companheira fada, e sua aventura se inicia justamente quando ele conhece a sua, umas das criaturas mais insuportáveis do mundo dos videogames, a fada Navy. Navy vem até Link trazendo uma mensagem da Grande Árvore Deku, literalmente uma grande árvore que serve de guia e líder para os kokiri, convocando Link à ir encontra-lo. E é em sua presença que Link conhecerá seu destino e iniciará sua aventura que o levará aos 4 cantos de Hyrule.
Eu não vou dar muito spoiler sobre a saga de Link, porque vocês realmente, realmente deveriam jogar esse jogo.
Vamos então falar um pouco sobre a jogabilidade de Ocarina of Time. Muitas inovações foram trazidas pra esse jogo, e muitas outras foram reaproveitadas. Toda a movimentação e jogabilidade na parte de exploração foram diretamente trazidas de Mário 64, o fenomenal jogo que acompanhava o console no seu lançamento. Não era de se espantar, a geração de jogos em 3d estava começando e a Nintendo tinha feito um ótimo trabalho com o jogo do encanador bigodudo, além dos jogos terem praticamente a mesma base.
Porém todo um novo sistema teve que ser criado para permitir as batalhas mais fluidas e dinâmicas que não existiam em Mário. Para isso foi aproveitada a fada Navy, que funcionava como seu sistema de mira, podendo mudar durante a batalha entre os diversos inimigos presentes. Ainda tínhamos a possibilidade de controlar a câmera ao bel prazer, salvo raras ocasiões, e mudar entre terceira e primeira pessoa, extremamente útil quando se usava o arco e flecha ou a atiradeira quando Link era criança.
Sim, criança, pois nesse jogo em certo ponto conseguimos entrar no Templo do Tempo, um otimo enrola-lingua, e mais tarde usar nossa Ocarina para viajar no tempo entre a época em que Link é uma criança e a que ele é um adolescente. Isso é essencial não só para a trama como para a jogabilidade, tendo partes do jogo em que você só pode acessar em uma das duas épocas e puzzles que só podem ser resolvidos parte em uma época parte em outra.

Link: O herói do tempo
A Ocarina também é um item crucial no jogo, e ao longo dele você vai aprendendo novas músicas que causam diversos efeitos, desde fazer chover, até invocar a sua égua Epona ou ser teletransportado para lugares específicos de Hyrule.
A exploração do jogo é ótima, um dos primeiros sand boxes que joguei. Um mundo vasto e aberto repleto de side quests e Npcs. O mundo não era estático, dia e noite eram bem diferentes com monstros rondando as planícies somente a noite, cidades com mais gente na rua durante o dia, certos eventos acontecendo somente de dia, outros somente de noite e até uma espada que você tem que efetivamente esperar um monte de dias (dentro do jogo) pra ser forjada. As diferenças entre o tempo do Link criança e adolescente também são gritantes e extremamente fundamentadas na história do jogo.

Vamos andar muito por Hyrule
Navy fazia um papel muito importante também na exploração, apontando itens, dando dicas e explicações, e te lembrando sempre de pra onde você tem que ir e o que tem que fazer. Um verdadeiro help in-game, sempre com o seu insuportável “hey listen” a cada cinco minutos, tão chato, tão chato, que virou minha notificação sonora pra mensagens no telefone já tem muitos anos.
A integração com o controle do Nintendo 64 era muito boa, fazendo uso muito bem dos 500 botões que ele tinha, inclusive o famigerado botão Z. Um problema porém era que o jogo só contava com um botão de ação que era dependente de contexto, e as vezes era uma tristeza fazer o Link fazer a ação que você queria porque tinha que chegar perto de objetos a uma certa distância ou um certo ângulo senão o contexto mudava, principalmente entre subir em cima ou empurrar uma caixa.
Ocarina of time também teve um grande impacto na cronologia da franquia, tão confusa durante muito tempo. Com a publicação do livro The Legend of Zelda: Hyrule Historia em 2011, descobrimos que essa brincadeira de ficar indo pra cá e pra lá no tempo não ia dar muito certo, como todo bom fã de X-Men bem sabe. Apesar de o jogo só ter um final, três possíveis linhas do tempo são criadas a partir dos acontecimentos desse jogo, levando a três linhas do tempo diferentes onde os outros jogos da franquia se encaixam.
The Legend of Zelda: Ocarina of Time vendeu mais de 820 mil cópias nos últimos meses de 98 somente no Japão, vendendo mais de 7.6 milhões de cópias no mundo todo. Foi premiado durante muitos anos e até hoje é o jogo com mais alto review no agregador Metacritic, chegando a incrível pontuação de 99 de 100. Em 2008 e 2010, foi listado pelo Guinness como o jogo com a maior classificação entre todas as reviews de jogos e é tido por críticos e gamers como o melhor jogo de todos os tempos.
Um verdadeiro clássico, reconhecido e adorado por muitos.
Feliz aniversário Ocarina of Time!